RUMBA
As férias chegavam ao fim. Já poucos dias restavam para apreciar o sol e poucas noites para sentir o bafo quente de agosto. O alpendre, em madeira, rangia suavemente sob os seus pés. A noite estava amena. A temperatura descera, ligeiramente, e tornara-se um pouquinho mais suportável. Cercava-o uma mistura de natureza e urbanismo, embora estivesse ligeiramente afastado da metrópole mais próxima. Com um copo de rum na mão, sentou-se na cadeira de palha, desbotada pelo forte sol que a banhava há anos. Ao longe ouvia os sons da Rumba. Os locais festejavam alguma coisa. Nunca fora muito dado a danças. Apreciava ver, mas mantinha-se sempre à parte recusando todos os convites. O som trazia-lhe memórias recentes. Lembrava-o dela. De a conhecer. De admirar a sua forma graciosa a oscilar ao som dos ritmos. Da pele bronzeada e do cabelo negro, solto, que acompanhava os movimentos do corpo com uma fluidez hipnotizante. Na mesinha ao lado estava a caixa de charutos. Nunca fora muito de fumar