Ano Novo, a vida de sempre. Meio cliché, não é verdade? Mas, o certo é que há sempre um pouco de verdade em cada cliché. Mais verdade do que num «ano novo, vida nova».
Pensando no assunto, quão má terá de ser a vida para se querer fazer uma mudança tão radical apenas com a passagem do ano? Convenhamos, a minha vida não é perfeita, mas ao menos continua. Continua e prospera, devo dizer. O mesmo não posso dizer deles. Não é que seja de fazer planos a longo prazo, daqueles que ainda estão em curso na viragem do ano, e que fazem as pessoas não quererem mudar. Mas tenho planos. Porque a minha vida continua. E com isso não continua a deles.
Ano Novo, a vida de sempre. É verdade, é a mais absoluta verdade. Não é que não consiga mudar, para que se saiba. É, tão simplesmente, que não quero mudar. E por eu não mudar, mudam eles. Essa é a ironia da vida. Não é que eles queiram mudar. Pelo menos, pelo que sei, não querem. Na verdade, não quero saber se querem ou não. Eu quero é ter a vida de sempre, eles é que não querem que eu a tenha.
Já me disseram que ma iriam mudar, mas ainda ninguém o fez. Nenhum deles, dos que me disseram, e eu mudei a deles todos. A mim ninguém me muda a vida, a minha vida de mudar vidas. Bem… mudar não será propriamente o termo certo. Ou, talvez, para ser mais correcto, digamos que mudo permanentemente e numa perspectiva definitiva e eterna. Não deixa de ser uma mudança, se virmos a questão por esse prisma.
Ano Novo, a vida de sempre. Ano novo, as vidas de sempre. As vidas que completam a minha vida. A minha vida que completa vidas. Que muda vidas. Eles mudam, permanentemente, e eu continuo igual, permanentemente.
Sessão de 07/01/2025 d’A Velha Escrita com o tema: “Ano Novo, a vida de sempre”.